domingo, 24 de fevereiro de 2008

Barak Obama


John Coleman, cidadão americano, (à esquerda na foto), tem carterinha da NRA – Associação Nacional do Rifle – , assim como tinha seu pai, que descendia de ingleses protestantes, porém com 25% de sangue irlandês. Seu irmão Bill (ao fundo na foto) não tem NRA, mas formou-se em engenharia por Yale, como queria sua mãe, e fraternizou-se com o “Caveira e Ossos”. John, quando sozinho em casa, limpando sua espingarda e assistindo a Barak Obama discursar na TV, medita em voz alta: “O que é isso? Um negro canditado a presidente? É uma piada?”.

A família Coleman representa uma raça ainda longe de ser extinta, porém em fase de franca decadência. Crêem que sua gente carrega os Estados Unidos nas costas, mas não percebem que o Kissinger já não existe mais e em seu lugar há uma morena chamada Condoleezza Rice. Larry King foi substituído por Oprah Winfrey, Bruce Willis por Denzel Washington...

Aconteça o que acontecer, o racismo na família Coleman está com os dias contados. Se não for pela osmose de idéias, será pelo DNA: Em abril nasce o filho de John Jr. com uma afro-descendente, mais rica a mais graduada que o marido. E vovô John levará, orgulhoso, o netinho Lumumba Coleman para assistir aos fogos de quatro julho.

domingo, 10 de fevereiro de 2008

Comentário sobre o livro “O Bispo- A história revelada de Edir Macedo”


Conforme prometido em post anterior (A Cruzada do Bispo), li o livro intitulado “O Bispo, A história revelada de Edir Macedo” e lanço algumas considerações.

Bom, a publicação apresenta uma linguagem simples, mas isso não é uma crítica à destreza dos escritores, uma vez que o livro propõe-se a atender a qualquer público. Os autores estão sob soldo de Edir Macedo Bezerra, o bispo mor da Igreja Universal do Reino de Deus. E vejam que isso não é segredo para ninguém, está registrado no capítulo de apresentação do livro!

Na prática, a obra é uma carta de defesa de Edir Macedo. É a versão do religioso (não quero tomar partido nesse artigo, por isso não coloquei a palavra religioso entre aspas) a respeito de vários fatos, tais como as denúncias e recriminações sofridas durante anos, os vídeos exibidos pela rede Globo no passado, o processo de aquisição da Record e toda uma sorte de assuntos polêmicos.

Douglas Tavolaro, um dos autores, introduz a obra como sendo um “livro-reportagem” e de conteúdo isento. Sim, os textos têm algum contraditório... porém soam bastante artificiais.

Vale comentar que a obra tem uma utilidade importante, que é reportar a expansão da Igreja Universal pelo Brasil e pelo mundo. É inegável que isso é um acontecimento relevante e que existe uma cortina de fumaça gerada por grandes redes de comunicação de massa (principalmente SBT e Globo), com o objetivo de encobrir esse processo galopante de crescimento. A expansão é digna de algum mérito empresarial, uma vez que temos outras igrejas arrancando dízimos do povo, contudo sem organização nem liderança suficientes para crescer como cresce a igreja de Macedo.

Ainda sobre expansão – lembrando que a Universal cobre mais países que o McDonald’s – uma ironia: o autor escreve que Em uma de suas últimas reuniões na Europa, o bispo determinou uma ofensiva em direção às nações muçulmanas. Engraçado, já li frases parecidas com essa, inúmeras vezes... Tanto em jornais como em livros de História!

Inclusive, desfrutei de férias em Montevidéu, capital uruguaia, e certa manhã procurava por um museu no centro da cidade. O museu estava fechado. A “Iglesia Universal del Reino de Dios”, não (tirei a foto ao lado).

Por falar em países latinos, o autor escreve na página 245 que a Igreja Universal estaria propagando uma “reforma protestante latino-americana”. Será? Seria Macedo o novo Lutero? Não sei, mas fica a pergunta: Será que precisamos de um novo Lutero em pleno no século 21?