quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

O povo brasileiro contra o italiano boca murcha

Depois de dura batalha, a prorrogação da CPMF capitula...

....e então vem o Mantega de boca murcha, fazer terrorismo sobre corte de verbas na saúde e incremento de carga tributária. Ora, o povo, em seus extratos mais humildes, padece e morre nas filas da saúde pública, não ganha remédio e ainda tem que pagar CPMF quando saca o parco salário.

A classe média também enxerga isso. E além de pagar CPMF, paga plano de saúde e desembolsa uma fortuna cada vez que precisa visitar uma farmácia..

O Senado federal, uma fiel representação do povo brasileiro, fez refletir o descontentamento da população. O governo conseguiu absolver o Renan, mas, no caso da CPMF, não pôde lutar contra a vontade própria da democracia (quase romântico, hein?).

A CPMF possui algumas qualidades interessantes como, por exemplo, o baixo custo de fiscalização. Mas não estou querendo julgar aqui o certo e o errado, mas sim dar um exemplo do funcionamento pleno da democracia, na medida que o estado é uma síntese do seu povo.

Na verdade, nas entrelinhas do discurso terrorista de Guido Mantega deve-se compreender...”Meu povo, a saúde está ruim? Vai ficar pior se você não pagar CPMF”. Será que tem como piorar? E quem é o Mantega para dizer que o povo ficará mais carente em saúde, se a saúde é garantida a cada cidadão pela Constituição Federal?

Para descontrair, vale lembrar que o referido ministro também é conhecido por ser pai da Marina Mantega, que em certo programa de TV deu sua opinião sobre ”pousar nua”...Fico imaginando a moça de braços abertos, pelada, perdendo altitude e tocando de barriga o asfalto de Congonhas...

quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

Criando filhos à moda Pôncio Pilatos

Foi com perplexidade e um “quê” de revolta que ouvi, dia desses, comentário sobre educação feito por Rosely Saião, renomada psicóloga e colunista da Bandeirantes, cujas idéias até então pareciam-me pertinentes.

Assustou-me a sugestão feita pela supracitada colunista de que cabe à escola e, consequëntemente, ao professor, a tarefa de educar, no sentido literal da palavra, os seus alunos.

Espera aí! Está certo que cada criança e jovem passa boa parte de seu tempo na escola, tida por alguns como segundo lar. Ora, se é o segundo lar, não é lá a sua casa, nem tampouco o local onde tem seus pertences, seu quarto, seu mundinho... é em casa e com a família! E o professor, todavia, também não é seu pai ou sua mãe, ele é o mediador entre a criança e o mundo do conhecimento cognitivo, não um disciplinador e ditador de bons modos.

Em casa, com a família, é que surgem os hábitos de cada indivíduo. É lá que ele aprende as regras básicas de educação, que a escola, é claro, irá REFORÇAR, mas não ensinar. Num país tão carente em escolas de qualidade e com jovens muitas vezes despreparados para um futuro profissional, parece-me que há coisas mais importantes a fazer do que ensinar que não é bonito mastigar de boca aberta, peidar em sala de aula, arrotar publicamente, falar palavrões deliberadamente...

A escola já compete com internet, televisão e tantas outras tecnologias, só falta agora, diante da premissa da escola como geradora de regras e modos, competir também com o lar, lugar onde então só rola curtição, tudo pode, não há limites, enfim, um verdadeiro playground... Deixa a parte complicada para a escola, “eu serei o amigão do meu filho”.

Ledo engano! Escola e família devem, sim, trabalhar juntas, mas sobrecarregar só uma delas com as missões mais complicadas é omissão. Imaginem se as escolas resolverem dedicar-se a suprir a educação que as crianças não trazem de sua casa e deixar para os pais a função de alfabetizá-las, desenvolver habilidades, raciocínio lógico, criar projetos de pesquisa e prepará-las para o vestibular. Humm, acho que as famílias não vão ter muita vontade de trocar de função não! Pois a escola também não deve ter. Chega de omissão. É hora de trabalhar com unidade de pensamento e ação para alcançar um objetivo maior e conseguir, sem demagogia, uma sociedade mais justa, equilibrada e que saiba viver em harmonia.